domingo, 20 de junho de 2010

Piano Bar

Caiu a noite tão depressa
E eu ali parado esperando a música parar
Era uma noite dessas
E eu pensando porque eu fui te encontrar

Flores atiradas na calçada

Um adeus tão frio e mais nada

Seja como for

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Quatro da tarde

- Sabe qual a diferença entre o martelo e o ferro de passar roupa?
- Sei sim! E você, sabe qual a diferença entre o amor e a paixão?
- Não...você pode me explicar?
- Eu posso te mostrar.

domingo, 13 de junho de 2010

Stellar

Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento nunca saberei a hora de preparar o coração.


ANTOINE DE SAINT-EXUPERY




É o preço que eu pago...

sábado, 12 de junho de 2010

Strawberry Fields

N: Quando você voltar, me convite pra sair. Por que você não tem coragem de faze-lo se sou eu que não deveria aceitar?

L: Você não deveria?

N:Não! Afinal, você sabe que eu não teria coragem. Eu não aceitaria, e o motivo é simples: você conhece apenas metade de mim e a outra... a outra eu prefiro encobrir com sorrisos. A questão é que mesmo querendo, não posso...

L: Não?

N: Desculpe, esqueça o que eu disse agora.

L: ...

N: Sei que perdi as contas de quantas vezes te procurei, mas você não sabe do que eu preciso.

L: Você acha mesmo que eu não sei?

N: Só me diz alguma coisa boa, qualquer coisa que você tiver vontade. Só decida se quer continuar com isso...só decida se... nada, esquece. Só me convide para sair.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Para uma avenca partindo

'Eu, por exemplo, nunca pensei que houvesse alguma coisa a dizer além de tudo que já foi dito, ou melhor, pensei sim, não, pensar propriamente não, mas eu sabia, é verdade que eu sabia, que havia uma outra coisa atrás e além de nossas mãos dadas.'

domingo, 6 de junho de 2010

Caio Fernando

O que incomoda é esta fragilidade, essa aceitação, esse contentar-se com quase nada.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

O que eu ainda sou

E agora, debruçada na varanda, sorrindo e olhando a chuva cair fina, percebo que passava semanas me perguntando por que você não voltou, ou se partiu, por que não me avisou. Mas sei que existia um motivo, sempre existia um motivo que nos separava. Porém, tenho a necessidade de saber o porque. Senti saudades, mas hoje sei que as coisas caminham de um outro modo, e cada vez que você resolve não aparecer, sei que pelo menos nas intenções você está sempre presente. Talvez eu só andasse pensando de mais, criando de mais, culpando de mais. A verdade é que as vezes eu queria não ter medo de te perder, perder isso que nós temos. Queria te olhar e dizer que quando eu te peço um pouco é porque eu quero tudo que pode me dar.

Everlong

"É, eu confesso que não é exatamente a realidade que eu esperava encontrar. Talvez isso mude. Talvez você entre na minha vida sem tocar a campainha e me sequestre de uma vez. Talvez você pule esses três ou quatro muros que nos separam e segure a minha mão, assim, ofegante, pra nunca mais soltar. Talvez você ainda possa pular no rio e me salvar. Ou talvez eu só precise de férias, um porre e um novo amor. Porque no fundo eu sei que a realidade que eu sonhava afundou num copo de cachaça e virou utopia."
-Caio

terça-feira, 1 de junho de 2010

Me perco

- Você tem um cigarro?

-Estou tentando parar de fumar.

-Eu também. Mas queria uma coisa nas mãos agora.

-Você tem uma coisa nas mãos agora.

-Eu?

-Eu.

Caio F. Abreu

Qualquer coisa assim sobre você

Te quero pelo seu sorriso incrível, pelo seu cheiro doce, pelos seu cabelo bagunçado, pele rosada e seu rosto desenhado. Pelos seus olhos de abismo, pelo modo como eu te quero mais do que você me quer, te quero pelas suas brincadeiras, pela sua inteligência, pela sua sobrancelha com falhas. Te quero pois cada vez que te vejo perco meu rumo, e cada vez que não, permaneço inexistente, morta. Te quero pelas vezes que você me encarou no fundo dos meus olhos, pelo modo como você caminha, pelos seus jeans rasgados e tenis impecáveis. Te quero por cada vez que você me percebe te assistindo perplexa, apaixonada, te quero pelos seus ombros largos e pela sua voz. Te quero pelos seus difíceis abraços e impossíveis beijos.

Hipocritamente imortal

Todos aqueles dias que pareciam perdidos começam a fazer sentido. E por mais que tudo esteja perfeito eu não queria estar sozinho agora, não sei, estou me sentindo tão confuso, inexplicavelmente vazio. Acho que pelos meus planos terem se desfeito com a chuva pesada que molha a varanda. Acredito também que seja apenas ansiedade de te ver, o medo da sua reação ao me encarar após aquela tarde quente. Será que você vai lembrar? Você percebeu a maneira como você falava comigo? Sei que me faz sorrir a cada segundo. Será que vai fazer questão de me tratar com indiferença? Anseio por não saber como será passar uma semana sem te olhar, sem esperar suas brincadeiras, sem te fitar pelo retrovisor. Sei apenas que estarei parada, torcendo para que quando você passar por mim, se volte e diga: “Oi, como você está?” Você não sabe o bem que você me faz.

Cheers

A tua diversão é me escrever pra eu saber que acabou de chegar, que passou por aqui e não quis me chamar.
Bebi saudade a semana inteira pra domingo você me dizer que não sabe o que quer e não quer mais saber.
Ah, veja você... Agora tem tanto pra me dizer? Agora, quem tem medo de perder?
Ah, o que eu fui fazer? Menti pra todos que eu já sei viver, menti pra todos que sei esquecer.
-Esteban

Segunda Feira

“— E você, por que desvia o olhar?

(Porque eu tenho medo de altura. Tenho medo de cair para dentro de você. Há nos seus olhos castanhos certos desenhos que me lembram montanhas, cordilheiras vistas do alto, em miniatura. Então, eu desvio os meus olhos para amarra-los em qualquer pedra no chão e me salvar do amor. Mas, hoje, não encontraram pedra. Encontraram flor. E eu me agarrei às pétalas o mais que pude, sem sequer perceber que estava plantada num desses abismos, dentro dos seus olhos.)

— Ah. Porque eu sou tímida.”

Rita Apoena